O Modelo Pedagógico Nacional vem sendo gradualmente implementado nos regionais do Senac. Ele define parâmetros para a realização dos cursos do Senac em todo país.
Belém, 28/08/2015 - O processo de imersão no novo Modelo Pedagógico Nacional do Senac continua com três novas turmas piloto no Senac no Pará. Dois meses após a primeira experiência de alinhamento ao novo modelo, com a turma de Operador de Caixa, o Departamento Regional deu andamento a outras duas turmas na capital e uma no interior.
O Centro de Educação Profissional de Belém (CEP Belém) – o qual desenvolveu a turma de Operador de Caixa no período de 09/03 a 12/05 - agora executa a sua segunda turma piloto, desta vez no curso de Cozinheiro. O Centro de Educação Profissional de Tecnologia da Informação e Comunicação (CEP TIC), também situado na capital, realiza o curso de Operador de Computador enquadrado no novo modelo. Já o Centro de Educação Profissional de Castanhal (CEP Castanhal) é a primeira unidade no interior paraense a operacionalizar uma turma piloto, com o curso de Assistente de Pessoal.
O objetivo do Modelo é nortear a oferta de educação profissional, com o alinhamento dos planos dos cursos, formas de avaliação e atuação dos instrutores no ensino presencial ou a distância da Instituição. O objetivo é assegurar um padrão único de excelência, focando na formação por competências e na total vinculação do curso às necessidades do mercado de trabalho.
O profissional formado na proposta do Modelo Pedagógico Nacional deverá terminar o curso possuindo as “marcas formativas” do Senac, as quais são: domínio técnico-científico, atitude empreendedora, visão crítica, atitude sustentável e atitude colaborativa. Estas marcas serão o diferencial ou uma espécie de selo de qualidade no mercado.
Cozinheiro - Já com o feedback da primeira turma piloto, o CEP Belém iniciou a turma de Cozinheiro alinhada ao novo modelo em 15 de junho de 2015, com 20 alunos. O diferencial desta turma para a anterior, de Operador de Caixa, é que a formação de Cozinheiro tem duração mais longa e incide em muitos momentos de prática no ambiente da cozinha pedagógica. Ao todo são seis Unidades Curriculares (anteriormente chamadas de disciplinas), mais o Projeto Integrador, que relaciona todas as competências trabalhadas ao longo das aulas em um produto final, onde os alunos precisam demonstrar de forma convergente o que apreenderam.
Nas apresentações os alunos demonstraram o desenvolvimento das competências trabalhadas, tendo foco na ação/fazer profissional observável, potencialmente criativo, que articula conhecimentos, habilidades e valores, permitindo o seu desenvolvimento contínuo. O Projeto Integrador terá, ao todo, 08 passos, culminando com a realização do Festival Gastronômico do Senac, já praticado com as turmas do curso de Cozinheiro.
Para a aluna Kelly Santos, de 34 anos, intercalar teoria com a prática torna o aprendizado mais simples. “Desde o primeiro dia as atividades têm sido práticas e dinâmicas. Isto ajuda na hora de assimilar e de reunir todos os conceitos repassados”, destacou a jovem que é dona de uma empresa de eventos e investiu no curso para poder incluir o serviço de buffet em seus negócios.
Outras atividades já vivenciadas pela turma foram: a participação como ouvintes no IV Festival Gastronômico do Senac, e a visita técnica à cozinha do Hotel Regente, no mês de julho. A turma ainda irá participar do III Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia, no qual o Senac terá apresentações na Cozinha Show.
Operador de Computador - Em 13 de julho de 2015 o CEP Tecnologia da Informação e Comunicação deu início à turma piloto de Operador de Computador, curso de 196 horas/aula que no novo modelo tem como uma das principais mudanças o fato de passar a trabalhar o aluno para além do conhecimento técnico para uso dos aplicativos (programas) de computador. No novo formato o aluno tem mais responsabilidade em apreender competências sobre a ocupação de Operador de Computador e lidar de forma criativa e aprofundada com o funcionamento do sistema operacional.
O curso conta com duas Unidades Curriculares, divididas entre dois instrutores, além do Projeto Integrador. Os 12 alunos da turma já apresentaram a primeira etapa do Projeto Integrador, ao final da primeira Unidade Curricular. “Nesta primeira etapa do Projeto Integrador os alunos desenvolveram um protótipo de um manual para uso de aplicativos. O manual finalizado será o resultado final de todas as etapas deste projeto, que se desenvolverá ao longo do curso”, explicou o professor Rildo Pereira, responsável pela 1ª unidade.
“Antes se tinha a figura do instrutor que passava a sua mensagem e o aluno recebia, mas não se tinha um feedback. Agora o instrutor, desde o início, é a figura que dá o incentivo e norteia o aluno a construir o saber dele. Seja com pesquisa, debate de ideias, observação e prática. No primeiro dia de aula dessa turma a primeira tarefa foi que eles ligassem a máquina sozinhos, sem alguma orientação prévia. E foi interessante que eles a ligaram e foram observando o passo a passo, tirando as dúvidas do que era preciso fazer. É importante para que o aluno busque as informações, tente saber a fundamentalidade dos assuntos ministrados em sala. É uma metodologia para instigar as dúvidas. O aluno precisa deste incentivo para não ficar preso ao professor e não enganar a si mesmo”, descreveu Rildo sobe a experiência com a nova proposta pedagógica.
De acordo com Elias Oliveira, 48 anos, estar em um curso onde os alunos tem mais participação, ajuda a assimilar. “O desafio de aprender é mostrar quais são as suas limitações naquele momento, pois a hora de errar é em sala de aula. O mercado de trabalho é competitivo e não podemos errar lá fora. No curso estamos sendo motivados a pensar e refletir sobre o que deve ser feito para que tudo saia do jeito correto.”, descreveu o aluno.
Assistente de Pessoal - O CEP Castanhal começou a turma do curso de Assistente de Pessoal alinhada ao Modelo Pedagógico Nacional em 10 agosto de 2015. O curso tem 160 horas/aula e é o primeiro no interior a ser trabalhado á luz da nova proposta. Os alunos já participaram de uma primeira visita técnica, em um escritório local, onde puderam observar detalhes sobre a prática da ocupação.
Situações de aprendizagem como visitas, análise e solução de problemas, estudo de casos, projetos, pesquisas e outras estratégias que integrem teoria e prática são metodologias inerentes ao Modelo Pedagógico Nacional, pois remetem o aluno ao processo de aprender o fazer profissional fazendo. Tais recursos estimulam a percepção analítica, a contextualização de informações, o raciocínio hipotético, a solução de problemas, a apropriação de conhecimentos prévios e a construção de novos valores e saberes.
“O modelo pedagógico não é algo antes desconhecido. Muitas situações de aprendizagem nós já trabalhávamos como, por exemplo, as visitas técnicas, o que contribuiu muito durante a primeira turma piloto (de Operador de Caixa). Por isso, não foi difícil executarmos o modelo naquela turma e o mesmo deve ocorrer com as demais, guardadas as suas devidas particularidades. As novidades são o planejamento coletivo para o curso, entre apoio pedagógico e instrutores, e o projeto integrador. Os alunos têm lidado muito bem com a nova metodologia, pois se veem diariamente na realidade da ocupação”, avaliou Patrízia Chermont Coordenadora de Desenvolvimento Educacional e Coordenadora Regional de Implementação do Novo Modelo Pedagógico Nacional do Senac.
Percurso
Prestes a completar 70 anos de existência, o Senac se renova com as constantes adequações às necessidades do mundo o trabalho e o Novo Modelo Pedagógico Nacional faz parte deste perfil atualizado e arrojado da instituição. A organização deste Modelo vem se desenvolvendo há cerca de dois anos, sob a coordenação do Departamento Nacional do Senac. A ideia foi inspirada pelo surgimento da Rede Senac EAD (ensino a distância), em 2014, que padronizou a oferta de cursos a distância para todo o Brasil, centrando em uma só plataforma, que é o Portal Senac EAD.
Os estudos para o Modelo começaram em 2013 e no ano seguinte iniciou-se um primeiro momento de implementação, envolvendo um Grupo de Desenvolvimento formado pelo Departamento Nacional e alguns Departamentos Regionais. Em 2015 se desdobra um segundo momento, de aplicação do novo modelo para alinhamento gradativo de todos os cursos no país.
A expectativa é que até 2017 todos os cursos dos Departamentos Regionais do Senac estejam alinhados com a linguagem em sala de aula, para isso o corpo técnico-pedagógico, supervisores e gestores e docente vêm participando de encontros presenciais e a distância para garantir o sucesso da implantação de mais esta inovação.
Texto: Daniele Brabo
Comunicação Senac/PA
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